Douglas Germano / Roberto Didio
Tem coisa que dá em todo lugar
Tem coisa que é muito difícil de achar
Tem coisa que dá em todo lugar
Tem coisa que é muito difícil de achar
Gente canalha e picareta
É coisa que dá em todo lugar
Aplique, trapaça, caô e mutreta
É coisa que dá em todo lugar
Mas procedimento leal e lisura
Palavra sem curva, noção e postura
Amigo de fato que dá pra contar
É coisa que é muito difícil de achar
Bola no pé do Zé Perneta
É coisa que dá em todo lugar
Aplique, trapaça, caô e mutreta
É coisa que dá em todo lugar
Mas chute bonito, golaço perfeito
Jogada de craque, chamando no peito
Boleiro de fato que sabe lançar
É coisa que é muito difícil de achar
Chope ruim na caldereta
É coisa que dá em todo lugar
Aplique, trapaça, caô e mutreta
É coisa que dá em todo lugar
Mas chope tirado com todo carinho
No copo dourado, pressão, colarinho
Aquele schinit que faz salivar
É coisa que é muito difícil de achar
Taco espirrado de veneta
É coisa que dá em todo lugar
Aplique, trapaça, caô e mutreta
É coisa que dá em todo lugar
Sinuca de bico, tabela no fundo
Que deixa bolado qualquer vagabundo
Aquela matada que para o bilhar!
É coisa que é muito difícil de achar
Verso sem força na caneta
É coisa que dá em todo lugar
Aplique, trapaça, caô e mutreta
É coisa que dá em todo lugar
Real partideiro que rima na hora
Que pensa ligeiro, que nunca decora
Malandro no samba que sabe versar
É coisa que é muito difícil de achar
Métrica para o improviso:
Loira de sobrancelha preta
É coisa que dá em todo lugar
Conta de bar na caderneta
É coisa que é muito difícil de achar
Chifre enfeitando a silhueta
É coisa que dá em todo lugar
Corner direto na gaveta
É coisa que é muito difícil de achar
Pobre jogado na sarjeta
É coisa que dá em todo lugar
Seca milhar na borboleta
É coisa que é muito difícil de achar
Canalhocrata na vinheta
É coisa que dá em todo lugar
Sax tenor que nem Proveta
É coisa que é muito difícil de achar
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