18 de agosto de 2025

Branco - Letras e Ficha Técnica



1. Na Ronda (Douglas Germano)

Na ronda
assopro na brasa,
marreta no berro,
a faca no cio

Na ronda
estalo no mato,
pancada na terra,
enxada no fio

Na ronda
é trilho de aço,
é trilha de guerra,
faísca e pavio

Na ronda
é forra no ato
acerto do trato
Com os ferros de Ogum

Ogum Yê! Patacuri Ogum Mô Yè!!!
Akoró
Mejé
Oniré

Ogum Yê! Patacuri Ogum Mô Yè!!!
Amené
Ogunjá
Alagbedé

A cabeça coroada,
sentinela, à mão a espada, Ogum
A cabeça coroada
que nos guia pela estrada, Ogum


Violões e Voz: Douglas Germano
Ferros, enxada, pá, panela, facão, vergalhão, bigorna, tonel,
torno, atabaques, tamborins: Douglas Germano
Violoncelo: Douglas Germano
Participação de Henrique Araújo no arranjo e execução do violão tenor e cavaquinho
Coro: Dulce Monteiro, Ivan Ribeiro, Loreta Colucci, Luciana Vieira, Maraísa, Marcelo Santos, Negravat, Rita Bastos, Rodrigo Morales e Tania Viana
Dir. Musical e Arranjo: Douglas Germano



2. Zelite (Douglas Germano e Roberto Didio)

Faço fé nesse povo que faz
Bicicleta certeira no gol
No trompete, no sax, no jazz
No poema deitando no flow
Um direto no queixo, caiu
Uma cesta de três pra fechar
A ginasta no pódio subiu
Mas ralou no terrão pra chegar

A Zelite não gosta de forró
A Zelite no samba, que caô
Ó comadre Zelite, tenha dó

Paraíba, meu bem
Zelador, popstar
Mas surfista de trem
Faz vagão virar mar
Não carece sofrer
Pra se vangloriar
E você? Quero ver!
Não consegue criar
Nada sabe fazer
Você sempre foi de atrasar
Capoeira é que sabe girar, jurar, vingar, gingar, jogar


Faço fé nesse povo que faz
Faz o fole sorrir no baião
Dominguinhos, maestro sagaz
Era filho de mestre Chicão
O moleque no pulo venceu
Na corrida do ouro saltou
Mais um samba bonito nasceu
Um João que João já cantou


A Zelite não gosta de forró
A Zelite no samba, que caô
Ó comadre Zelite, tenha dó


Faço fé nesse povo que traz
Tudo isso no seu matulão
E você tá querendo cartaz
Mas Zelite não faz nada não


Violões e Voz: Douglas Germano
Atabaques, tamborins, pandeiros, triângulo, surdo, cuíca, caixa, alfaia, zabumba, agogô, berimbau: Douglas Germano
Violoncelo: Thiago Faria e Douglas Germano
Participação de Roberto Didio no comentário final
Coro: Dulce Monteiro, Ivan Ribeiro, Loreta Colucci, Luciana Vieira, Maraísa, Marcelo Santos, Negravat, Rita Bastos, Rodrigo Morales e Tania Viana
Dir. Musical e Arranjo: Douglas Germano




3. Tudo é Samba (Douglas Germano e Luiz Antonio Simas)

Zarabatana, flecha certeira
sabiá, caninana
batucada, padê
tripa de fora, futum, cecê
gira (na rua) de ogunhê:
tudo é
samba.

Briga de faca, puxada de ferro, riso
nos infernos
catiço no encosto, o lusco-fusco no
berro tosco
fora de moda, (de) fera sem mata

canto de lírio no mijo
ouro escondido na lama
acorde que arde.

Vida ferida de
morte pela bola
sete:
Arte.*

*forma original do texto publicado por Luiz Antonio Simas a respeito de meu álbum Golpe de Vista em seu facebook em 13 de setembro de 2016.

Voz: Loreta Colucci
Violões e Voz: Douglas Germano
Repeniques, tamborins, malacacheta, surdos, güiro, agogô, reco-reco: Douglas Germano
Coro: Dulce Monteiro, Ivan Ribeiro, Loreta Colucci, Luciana Vieira, Maraísa, Marcelo Santos, Negravat, Rita Bastos, Rodrigo Morales e Tania Viana
Dir. Musical e Arranjo: Douglas Germano



4. Ramo (Alfredo Del Penho e Douglas Germano)

— Romana, foi Firmina que me mandou.
Nem sei que mais fazer desse menino.
Não come, pra dormir se queixa,
se aquieta e deu de olhar pro ar.
Reclamou de frio e veio no meu colo
trouxe pra senhora olhar...

— Senta ele aqui que já vi maolho, vou panhá meu ramo pra rezar…
Valei-me meu Senhor São Bento!
Acorre, Maria! Bendiz, Jesus!
Com dois te botaram, com três eu te tiro
e jogo que o vento vai carregar.

Voz: Douglas Germano
Violão 7: Junior Pita
Caixa de fósco, tamborins e surdo: Douglas Germano
Participação especial de Alfredo Del Penho na oração de benzimento.
Coro: Dulce Monteiro, Ivan Ribeiro, Loreta Colucci, Luciana Vieira, Maraísa, Marcelo Santos, Negravat, Rita Bastos, Rodrigo Morales e Tania Viana
Dir. Musical e Arranjo: Douglas Germano



5. Ruge leão, troveja Xangô

Brasa que sangra do chão,
um rio-pavio, um vulcão.
O Rei, que a lei-razão,
cravou em rocha a mão.
Ruge, Leão de Jerônimo!
Troveja, Xangô!

Verte teu axé
em nosso caminhar,
nos cegue a sanha de injustiçar.
Certe com o Oxé
a fé que se abalar
Kawò Kabiésile Obá

A quarta-feira, é dia santo!
Vermelho e branco pra louvar Xangô!

Violão e Voz: Douglas Germano
Atabaques, repeniques, tamborins, güiro: Douglas Germano
Violoncelo: Thiago Faria
Participação especial de Fábio Peron no rogo a São Jeronimo.
Coro: Dulce Monteiro, Ivan Ribeiro, Loreta Colucci, Luciana Vieira, Maraísa, Marcelo Santos, Negravat, Rita Bastos, Rodrigo Morales e Tania Viana
Dir. Musical e Arranjo: Douglas Germano



6. Ode do pode não pode (Fábio Peron e Douglas Germano)

Aquilo pode
issaqui diz que num pode
acho até que podê, pode,
mas é bom num arriscá, não
quando num pode, pode ser
que dê é bode
nem sei se bode pode
bodejar no baião

Um pode e num pode
de rachar o quengo
num tamo podendo nem palavrear
e quem diz que num pode
tudo tá podeno
e a gente só veno
ele se arrumá

Mas issaí num infrói
e também num contribói
Nós semo tudo da lida
trabáia que dói
é preto é branco é mané
de fé, pagão ou muié
Tudo explorado
que os homi
mói como quiser.

Mas issaí num infrói
e também num contribói
Nós semo tudo da lida
trabáia que dói
Larga desse cunversê
e manda o povo juntá
os homi vão é corrê
se a crasse se infezá!


Voz: Douglas Germano
Moringas, triângulo, agogô: Douglas Germano
Participação especial João Poleto nas flautas
Participação especial Rafael Toledo nos Pandeiros
Violoncelo: Thiago Faria
Coro: Dulce Monteiro, Ivan Ribeiro, Loreta Colucci, Luciana Vieira, Maraísa, Marcelo Santos, Negravat, Rita Bastos, Rodrigo Morales e Tania Viana
Dir. Musical e Arranjo: Douglas Germano



7. Bala Perdida (Douglas Germano e Márcia Fernandes)

Essas luzes brilhando na escuridão - o que são?
Desenhando no céu uma cruz, uma constelação
Essa bala perdida na multidão
Procurando ferir mais um coração
Essas luzes no céu, essa carta de navegação
Esses barcos de papel, esses rastros no chão
Quem aponta e acena ?
De quem são essas mãos
que afagam, às cegas, a solidão?

Ah! Isso ainda me mata
Ah! Essa chuva de prata

Entre o fogo cruzado, raios de luar
E essas brasas acesas no teu olhar
Esse curto estampido
Essa surda batida
Trajetória e percurso da vida
São as cordas partidas do meu violão
procurando por uma canção

Violão, cavaquinho e Voz: Douglas Germano
Surdo, tamborins e cuíca: Douglas Germano
Participação Márcia Fernandes
Coro: Dulce Monteiro, Ivan Ribeiro, Loreta Colucci, Luciana Vieira, Maraísa, Marcelo Santos, Negravat, Rita Bastos, Rodrigo Morales e Tania Viana
Dir. Musical e Arranjo: Douglas Germano




8. 19 de Março (Douglas Germano)

Formigueiro sumiu lá da vazante
Carijó cocorou e abriu a asa
Mariposa pousou dentro de casa
Cururu canta todo petulante
e o Aracati deu seu rasante
o Pau d´arco florou todinho em cacho
já tem pedra que está suada embaixo
e Tetéu chega em bando e faz zuada
tem Profeta que deu hora marcada
pra beleza do mundo despertar

José venha cá, venha ver
essa terra colorar
e a vista da gente umedecer
José venha cá, venha ver
essa terra colorar
e à vista da gente umedecer

No alvor acorreu Santa Luzia
e a pedra de sal tava minada
cupinzeiro danou na revoada
teve céu vermelhão no fim do dia
Acauã já faz tempo que assovia
João de Barro fez casa no poente
viram sol prateado no nascente
Pé de pau tudo tá soltando casca
Quem não crê em José logo se lasca
de ver tanta beleza despertar

José venha cá, venha ver
essa terra colorar
e a vista da gente umedecer
José venha cá, venha ver
essa terra colorar
e à vista da gente umedecer


Violão e Voz: Douglas Germano
Moringas, pandeiros de adufe, caixa, agogô, triângulo: Douglas Germano
Flauta: João Poleto
Violoncelo: Thiago Faria
Viola: Passoca
Coro: Dulce Monteiro, Ivan Ribeiro, Loreta Colucci, Luciana Vieira, Maraísa, Marcelo Santos, Negravat, Rita Bastos, Rodrigo Morales e Tania Viana
Dir. Musical e Arranjo: Douglas Germano



9. Xaxará (Douglas Germano e Luiz Antônio Simas)

O Xaxará chacoalha quando chama
A peste, a morte, a vida rara?
E no chacoalhar ampara o drama
De quem mora entre o morro e a lama

O Xaxará acorda o tempo,
espalha o pranto lento
como o canto tenso
do silêncio.

Os vis, os sórdidos, canalhas,
jamais entenderão que a palha
do mistério cobre o mundo
e assombra a peste da loucura
O Xaxará chacoalha: Atotô!
E cura

Rum, Rumpi, Lé e ferros: Cristiano José da Silva
Violão e Voz: Douglas Germano
Violoncelo: Thiago Faria
Coro: Dulce Monteiro, Ivan Ribeiro, Loreta Colucci, Luciana Vieira, Maraísa, Marcelo Santos, Negravat, Rita Bastos, Rodrigo Morales e Tania Viana
Arranjo: Douglas Germano



10. Desbancando Gordon Banks (Douglas Germano e Luiz Antônio Simas)

Quando por três Tostão passa gingando
Metendo caneta em Bobby Moore
A velha Albion cai no gramado do Jalisco
E a flecha, como um risco, entorta Excalibur.
 
Cruzada, a redonda vê o Rei
Soberano como o Manicongo
Que preciso como arqueiro zen
Sente o Furacão rente ao ombro
E a bola, rolada com brandura
Só espera a bomba do Miúra
Pra porrada que desbanque Gordon Banks

E é gol do sete marupiara!

Socam o ar os canários amarelos
Feito as ibejadas nos terreiros
No meio-dia de Guadalajara.

Violão e Voz: Douglas Germano
Trombone, Trompete e flugelhorn: Os Bicudos - Grazi Pizani e Pedro Moreira
Atabaques, repeniques, tamborins, caixa de fósco: Douglas Germano
Dedicatória: Luiz Antônio Simas
Coro: Dulce Monteiro, Ivan Ribeiro, Loreta Colucci, Luciana Vieira, Maraísa, Marcelo Santos, Negravat, Rita Bastos, Rodrigo Morales e Tania Viana
Dir. Musical e Arranjo: Douglas Germano


11. Branco (Fábio Peron e Douglas Germano)
Branca,
clara tez do profundo,
guarda as cores do mundo,
arco-íris no olhar

Branco,
pano cândido, alento,
luto e sacramento,
Ihram e Agbadá

Veste a fé do ofício,
amansa o que é difícil,
singela valentia sagaz

Claridão do início,
despojo, sacrifício,
grandeza e desadorno da paz

Ilusão, alumbramento,
centelha, esquecimento,
o búzio, os segredos de Ifá,
seiva-mãe que a vida acende,
o saber que compreende
uma pedra no Adé de Oxalá.


Piano: Juliana Rodrigues
Violão e Voz: Douglas Germano
Atabaques, ferros, güiro, claves: Douglas Germano
Violoncelo: Thiago Faria
Coro: Dulce Monteiro, Ivan Ribeiro, Loreta Colucci, Luciana Vieira, Maraísa, Marcelo Santos, Negravat, Rita Bastos, Rodrigo Morales e Tania Viana
Dir. Musical e Arranjo: Douglas Germano





Direção artística, produção, direção musical, arranjos: Douglas Germano
Percussão geral: Douglas Germano
Violão, violoncelo, cavaquinho e voz: Douglas Germano

Músico especialmente convidado: Thiago Faria - Violoncelo

Produção executiva: Douglas Germano
Técnico de gravação: Alex Angeloni
Mixagem e masterização: Guilherme Ramos

Direção de arte e capa: Deiverson Ribeiro

Gravado no Estúdio Eifel em Santo André – SP,
entre os dias 19 de março de 2024 e 06 de junho de 2025.

Agradecimento:
Cristiano José da Silva
Pedro Romão


Douglas Germano, Agosto de 2025.

#BRANCO

18 de dezembro de 2024

Samba para Tainá

Alessandro Penezzi / Douglas Germano


E de repente

um abalo, uma revolução,

um desmantelo, atropelo da razão

Um susto, um faz que cai,

vai não vai, ai meu coração

Quando ela dança a gente (sempre) perde o chão


E eu todo encabulado, claro que corri para trás do violão

e vi que o tempo parava enquanto ela fluía

um passo um sauté

um giro e cai plié

et memê mon cœur s'est emballé, pra você ver


Encabulado eu corri para trás do violão

toquei pra ela é vi um sol sorrir pra mim

ao vê-la flutuar, meu pinho foi criar

esses acordes pra você, Tainá

2 de dezembro de 2024

Três Camisas

 Douglas Germano (02/12/20024)


O Deuvanir tem três camisas

Uma xadrez, uma listrada e uma lisa


Lisa é branca, a xadrez vermelha e preta,

a listrada é verdinho bem fininho com bordô

que ele comprou com o que poupô, com o que guardô na caderneta,

a lisa era pra ser preta, mas desbota e ele trocô


O Deuvanir tem três camisas

Uma xadrez, uma listrada e uma lisa


Numa sambada o Deuvanir se apaixonô

Pois sambô com Marinês, sambô com Liza e com Dasdô

e decidiu que o coração iria dividir por três

e entregou um pedacinho a cada uma de uma vez


O Deuvanir tem três camisas

Uma xadrez, uma listrada e uma lisa


O Deuvanir lascou de ser namoradô

e definiu uma camisa pra usar com cada amô

Com Liza a branca, a listradinha só botou com Marinês,

e a xadrez, malandrinho, só usava com Dasdô


O Deuvanir tem três camisas

Uma xadrez, uma listrada e uma lisa


Mas Deuvanir saiu com Liza de xadrez

a lisa pôs com Marinês e a listradinha com Dasdô

e se enrolô e se rasgô e se lascô com todas três

e já comprô tudo outra vez, mas desta vez só de uma cor.


15 de setembro de 2024

Sozinho

Sozinho  (Douglas Germano - 04 de janeiro de 2000)

Sozinho eu chego bem mais tarde
Sozinho nunca fui covarde
Sozinho eu leio meu jornal
Sozinho eu pulo na geral
Sozinho eu não vou sofrer

Sozinho meu café é forte
Sozinho se eu temesse a morte
Sozinho eu faço a minha paz                 
Sozinho meu amor é mais                   
Sozinho nunca vou sofrer

Eu nuca pedi
nem um pouco a mais
do que já mereço
e eu quis demais
eu não escolhi
o que essa vida faz
mas sempre vivi o que se desfaz

Sozinho minha trilha é Blanc 
Sozinho não tem quem me arranque
Sozinho eu paro onde eu quiser
Sozinho, chopp, gin, fernet
Sozinho pra não mais sofrer

Sozinho acordo bem mais cedo 
Sozinho sem pensar em medo
Sozinho, eu nunca  estive só
Sozinho todo mal é pó
Sozinho sei bem mais viver



para o mano Everaldo F.Silva

25 de maio de 2024

Ramal

 (Marcelo Cabral / Douglas Germano)  25/05/24


Jabaquara, Itapevi,

Luz, Perus, Poá,

Jundiai, Botujuru, Aracaré


Jundiapeba, Arthur Alvim,

Brás, Klabin, Mauá,

Guapituba, Grajaú, Barueri,


Itaquaquecetuba, Jurubatuba, Sé

Piqueri, Conceição, Mooca,

Jaraguá, Capão.


Vem o trem...

Tem não tem!?

Trem não tem!

Tem não tem!?

Trem não vem não sei quê tem!?

Tem não tem!?

Trem não vem - não sei que demora

não tem toda hora!


Aguardando ah ...

aguardando liberar

Aguardando ah …

a liberação do trecho lá


17 de fevereiro de 2024

Na Ronda

Douglas Germano – 17.02.2024












Na ronda

assopro na brasa,

marreta no berro,

a faca no cio


Na ronda

estalo no mato,

pancada na terra,

enxada no fio


Na ronda

é trilho de aço,

é trilha de guerra,

faísca e pavio


Na ronda

é forra no ato

acerto do trato

Com os ferros de Ogum


Ogum Yê! Patacuri Ogum Mô Yè!!!

Akoró

Mejé

Oniré


Ogum Yê! Patacuri Ogum Mô Yè!!!

Amené

Ogunjá

Alagbedé


A cabeça coroada, sentinela à mão a espada, Ogum

A cabeça coroada que nos guia pela estrada, Ogum

14 de abril de 2023

Maria-meu-bem

Douglas Germano / Roberto Didio - 10.04.2023


Maria-meu-bem, Faz-xodó

Ela é Fogosa também

Maria-meu-bem

Que apelido a pinga tem?

Cura-tudo, borbulhante, limpa-goela, teimosinha

Roxo-forte, manduraba, três-martelos, danadinha.

Bataclã, desmancha-samba, santa-branca, tinguaciba

Chica-boa, pau-no-burro, forra-peito, pindaíba

Januária, pé-de-briga, birinite, bagaceira

Preciosa, dona-branca, lanterneta, dormideira

Aguarrás, assina-ponto, perigosa, senhorinha

Talagada, lamparina, limpa-olho, caianinha

Amorosa, pau-selado, catiguenta e abrideira

Água-bruta, baronesa, já-começa, pau-pereira

Cascavel, desmanchadeira, engenhoca, guarupada

Meu-consolo, canha, óleo, água-benta, concentrada

Venenosa, linha-branca, caxaranga, danadinha

Café-branco, cumulaia, pringoméia, cipininha

Cobertor-de-pobre, uca, supupara, calibrina

Ariranha, lamparina, mamadeira, canjebrina


Monalisa, Lisa, Mona

Agua-benta e Vai além

Maria-meu-bem

Que apelido a pinga tem?


Bate fundo em Madureira

Dona Branca de Xerém

Maria-meu-bem

Que apelido a pinga tem?


Incha pé, Mamãe-sacode

Tetezinho do neném

Maria-meu-bem

Que apelido a pinga tem?


Comecei em Brás de Pina

Fui parar em Santarém

Maria-meu-bem

Que apelido a pinga tem?

10 de abril de 2023

Tem cada coisa...

Douglas Germano / Roberto Didio

 

Tem coisa que dá em todo lugar

Tem coisa que é muito difícil de achar

Tem coisa que dá em todo lugar

Tem coisa que é muito difícil de achar

 

Gente canalha e picareta

É coisa que dá em todo lugar

Aplique, trapaça, caô e mutreta

É coisa que dá em todo lugar

Mas procedimento leal e lisura

Palavra sem curva, noção e postura

Amigo de fato que dá pra contar

É coisa que é muito difícil de achar

 

Bola no pé do Zé Perneta

É coisa que dá em todo lugar

Aplique, trapaça, caô e mutreta

É coisa que dá em todo lugar

Mas chute bonito, golaço perfeito

Jogada de craque, chamando no peito

Boleiro de fato que sabe lançar

É coisa que é muito difícil de achar

 

Chope ruim na caldereta

É coisa que dá em todo lugar

Aplique, trapaça, caô e mutreta

É coisa que dá em todo lugar

Mas chope tirado com todo carinho

No copo dourado, pressão, colarinho

Aquele schinit que faz salivar

É coisa que é muito difícil de achar

 

Taco espirrado de veneta

É coisa que dá em todo lugar

Aplique, trapaça, caô e mutreta

É coisa que dá em todo lugar

Sinuca de bico, tabela no fundo

Que deixa bolado qualquer vagabundo

Aquela matada que para o bilhar!

É coisa que é muito difícil de achar

 

 


 

Verso sem força na caneta

É coisa que dá em todo lugar

Aplique, trapaça, caô e mutreta

É coisa que dá em todo lugar

Real partideiro que rima na hora

Que pensa ligeiro, que nunca decora

Malandro no samba que sabe versar

É coisa que é muito difícil de achar

 

Métrica para o improviso:

Loira de sobrancelha preta

É coisa que dá em todo lugar

Conta de bar na caderneta

É coisa que é muito difícil de achar

 

Chifre enfeitando a silhueta

É coisa que dá em todo lugar

Corner direto na gaveta

É coisa que é muito difícil de achar

Pobre jogado na sarjeta

É coisa que dá em todo lugar

Seca milhar na borboleta

É coisa que é muito difícil de achar

 

Canalhocrata na vinheta

É coisa que dá em todo lugar

Sax tenor que nem Proveta

É coisa que é muito difícil de achar

Pejí

Douglas Germano - 10.04.23

Para Roberta Oliveira  


O meu sagrado pisou chão

O meu sagrado trabalhou

O meu sagrado construiu, forjou, cerziu, sangrou a mão 

O meu sagrado teve cria

o meu sagrado foi de fé

Ao meu sagrado eu ergui esse Peji, a minha Sé


Malandro, boleiro, estiva , 171

Do bicho, do torno, do trem, da viração,

da obra, do cimento, do tormento, do rojão

O meu sagrado é humano, é profano...

é meu irmão!


Carola, biscate, boleira, vende avon

Rendeira, enfermeira, chofer de caminhão

Cozinha, benze, guia, conduz o pavilhão

O meu sagrado é humano, é profano... 

é minha irmã!

Branco - Letras e Ficha Técnica

1. Na Ronda (Douglas Germano) Na ronda assopro na brasa, marreta no berro, a faca no cio Na ronda estalo no mato, pancada na terra, enxada n...