20 de agosto de 2020

Canaviá

No canaviá, no canaviá...

Vai a vida
na lida n
canaviá


Desse canaviá sai a riqueza
que dá posse e dá pose pro bacana
forra seu latifúndio com essa grama
se empanturra no pasto a safadeza
perdigota, arrota, ri à mesa
sem lembrar que quem gera essa fartura
só engole é pó de terra dura
e de “cambra” apequena atrofiado
Mas na mão tem podão bem afiado
que ninguém como ele sabe usar


No canaviá… no canaviá...


A foligem da queima vai pro peito

avermelha o olho do peão

que trabalha virado num carvão

e nem 10 litros de água da jeito

deita a cana e se dá por satisfeito

pois, na palha, a batida é mais cruel

ou vem bote de cobra cascavel

ou se lasca, destronca o espinhaço

mas a lima desliza, afia o aço

que ninguém como ele sabe usar


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