7 de agosto de 2014

Insignificâncias

João Poleto | Douglas Germano  |  Março 2014


Flor do terreno baldio
Coração do meu quintal
Deslimites de inocência
Cai do olho palavra que é cega de voz
Sopra a boca a lágrima muda de sóis

Flor do quintal mais gentil
Meu baldio Coração
Deslimites de menino
Chove cor, venta rio
Me pariu a manhã
Sabiá me contou despalavra mais sã:

—Há tanto de Manoel
deslocando chão e céu,
revirando pedra em flor,
revoando folharal,
cultivando sombra em rio,
desformando todo o amor em mar...
tingindo em mar

— Há tanto de pedra em flor,
cultivando sombra em céu,
revirando folha em mar,
revoando Manoel,
deslocando amor do chão
quando planta lápis no papel
pra menino ver brotar

Com um abridor de amanhecer
rindo, mentindo,
sem dó, sem dor
Me desinventou
pra me humanizar
rindo, mentindo que é nada...

Um comentário:

Everaldo F. Silva disse...

Coisa linda, Doglão. Genial!!!! Parabéns procê e pro João!!! Lindo texto!!!!

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